segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Alma de Poeta


Este poema foi publicado pela Litteris Editora em 2006, no livro de antologia literária "Palavras Para o Coração".

Alma de poeta
(Ou de poetisa)
Flutua com a brisa
Dança com o vento
Que contorna a cidade
Em forma de um doce alento

Alma de Poeta
Transborda e absorve o amor
Por onde passa
Como uma flor que desabrochou
Da dor e do desamor
Com graça

Alma de poeta
É como a aurora
Ao tingir de dourado
As ondas azuis do mar
Com o frescor da maresia
Espetam-nos como agulhas
Mil fagulhas da mais pura alegria

Alma de poeta
É como a mão de Deus
Ao acariciar o mundo
Após nossos pecados
Serem tormento profundo

Alma de poeta
Rasga das faces humanas
Todas as máscaras
Deixando-as refletir
No esplendor de sua verdade
Como o espelho da humanidade


Alma de poeta
Vai além do horizonte
Mergulha no cosmo
E toca em seus pigmentos
Pedacinhos de céu...
Para então colorir seus versos
Transformando gotas de sangue
Em gotas de mel

Alma de poeta
Brilha além de nosso eu
Que é poeira estelar
Reciclada dos primórdios do universo
Poeira fruto da mágica divina
Por que, então, a Deus negar?


Alma de poeta
É a ilusão necessária a todos
Para chegarmos à desilusão
De sermos seres elevados
Sem desistirmos de novo!

Alma de poeta
Vale mais que diamante
E se encontra em traços de tinta
Naquele meu velho livro
Que pode ser lido e relido
Em qualquer instante
E está ali, até então
Esquecido em minha estante.



(Autoria própria)