sábado, 15 de maio de 2010

Não te exasperes


Não te exasperes! quando a dor for longa...
Quando o rubro e o negro invadirem seus risos
Quando em ritmos trêmulos e indecisos...
Cativar teu sofrimento!

Neblinas cegas e sepulcros
Hão de atordoar! Não é fácil ser sensível...
E ator com o olhar!

Há horas que afligem...E momentos de agonia
Mas não permita que, todo dia,
Tornem-se freqüentes esses lamentos!

Que função? Realmente és...
A missão de um escritor nunca é fácil
Elaborar, transmitir, transformar...
Transportar cada gole do silêncio
Da alegria ou da angústia para dentro de um rosto!

Ah!...são tantas as sensações
Vão-se todas as emoções de nossa alma
Entregamos a um desconhecido nosso próprio sentimento
Na esperança e na certeza (incerta)
De entender o que fazemos
Mas será, por que?

Porque somos...por que?
Escrevemos não apenas porque queremos...
Escrevemos porque precisamos
Porque a escrita é o que somos
Somos escultores de nossa própria existência!
Modelamos versos e pintamos palavras
Através de nosso próprio consentimento...

Nunca admitimos que somos carentes...
Carentes de dar vida a alguém através de nós!
Mas agora não nego!
Nem sabemos mesmo o que somos...e isso não é submissão!
Somos seres imperfeitos...de tantas incertezas, bem feitos
De amor no coração!
A arte está aí
Na beleza de cada partícula...cada molécula
Entre o abstrato e o concreto.

(Autoria própria)