terça-feira, 1 de junho de 2010

Prosa poética (biografia)


Sou constante na minha insônia e inquieta no meu despertar. Não me iludo com coisas pequenas mas, às vezes, confesso, acredito em grandes bobagens. Cresci numa cidade pequena e quando a chuva caía eu olhava alto, por detrás da janela... a chuva escorria e meu pensamento transcendia. De algum jeito eu sabia que não ficaria ali para sempre.

Agora nesta cidade grande, à noite me perco como sempre me perdi dentro de minha própria cabeça. As paredes de meu quarto montam o cenário no qual gosto de ficar. Aprecio a arte de meu canto entre minhas quatro paredes e pra quem duvidar eu falo: não realizei ainda nem metade de minhas loucuras.

Na vida aprendo e busco... prefiro as noites que me nutrem na falta de sono que os dias de tempo nublado que me entristecem a alma. Embora eu seja amante de dias de sol. Me permito crer em magia, daquelas que obedecem à realidade. Gosto de sonhar com borboletas e fadas, porém nunca deixo de chorar.

As risadas são eternas, as lágrimas tingem meu rosto mas somente por instantes... Me enquadro num quadro de pinturas prontas, mas com traços de Van Gogh. Construo meu planeta, meu palco, minha fama... Às vezes me perco no sucesso que aprumo. Tem horas que quero gritar e outras nas quais prefiro me calar.

Um dos meus chakras foi atingido por um desejo de brilhar... (Meu ‘piercing’). Minhas orelhas nasceram perfeitas para escutar... E assim eu vou... (Ouvido relativo). Minha ousadia enaltece-me os horizontes e é capaz de estarrecer até os mais grandes. Na busca pelo possível, meu medo me leva a lugares que jamais pensei encontrar.

Impaciente onde você vê coragem, falta de limites onde você pensa que é sensatez... Me multiplico num único número que se divide em duas partes: meus olhos. Estes mudam de cor com o trocar de nuances de uma paisagem: são mel, variam entre o castanho, o dourado, o verde e o âmbar. O azul eu guardo para o céu.

Quando quero, aperto o "play" de minhas inconstâncias loucas e me acomodo em minhas variações. Não delimito minhas características, mas defino-me em palavras o que minha mente deixa expressar. Percorro montanhas, cavernas... em um piscar. Inebrio-me nas luzes eletrônicas de Chicago às duas da madrugada e Detroit. Mentalizo as Ilhas Manhattan e vou a qualquer lugar.